30 de abril de 2009

Amores Platônicos IV



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Se perdera no olhar dele. Olhos vibrantes e cheios de vida. Podia se ver através do reflexo. Fitava seu corpo tão sensual e envolvente. Seu jeito misterioso e ao mesmo tempo convidativo. Um sorriso malicioso no canto dos lábios, que outrora havera tocado seu corpo...
_Nina!
Acordou. De repente aquela voz grossa e macia cortou o silêncio que havia permanecido ali durante alguns segundos. Ele agora procurava seu olhar enquanto ela buscava palavras para responder. Mas não encontrava. Nina apenas sentia de novo aquele arrepio que sentia todas as vezes que estava perto dele. Ou mesmo todas as vezes que pensava nele. Era uma corrente elétrica que percorria por cada extremidade do seu corpo, uma corrente elétrica que a deixava estremecida, inquieta e ansiosa! Nina sentia a adrenalina de novo, aquele gostinho de proibido, pois por mais que quisesse se abrir com alguém sobre aquele sentimento, ela não podia. Era um sentimento que fazia com que ela mentisse, que fazia com que Nina fosse contra tudo e todos, contra os próprios princípios, só pra ter aquele corpo junto ao seu.
_Esquece! Esquece tudo lá fora, esquece o tempo, esquece o mundo! Fica comigo!- Ele insistiu novamente enquanto observava os olhos preocupados de Nina.
Era o que ela mais queria. Esquecer que existiam pessoas lá fora, esquecer que existia hora pra ela estar em casa, esquecer daquele sentimento de culpa, por ter mentido para seus pais dizendo que ia a uma boate com amigos, enquanto agora ela estava deitada na cama dele.
Não sabe ao certo como deixou situação chegar àquele ponto. Não conseguia se lembrar ao certo quando surgiu aquele sentimento, aquela paixão avassaladora que ela mesma comparava a um vício.
Para ela, ele era um vício, onde o dependente é capaz de quebrar todas as barreiras impostas pela sociedade. É capaz de mentir, de magoar as pessoas que ele mais ama, só pra ter sua droga, mesmo que apenas por só algum tempo. E quando o dependente conseguisse, ao mesmo tempo ele sabia que não podia se entregar totalmente à ela, pois no fundo ele sabe que se ele se entregar, será o seu fim, o fim dessa relação de amor e paixão.
Era assim com ela. Fazia tudo para ter aqueles lábios mordendo e beijando os seus e quando tinha, ela se segurava e trancava seus desejos resistindo a tentação, porque também no fundo ela sabia que se ela se entregasse, ia ser o fim, e quem sabe a última vez.
Ele ainda esperava a resposta dela, enquanto acariciava seu corpo. Roçava seus dedos no seu colo e pescoço descendo suavemente até a abertura da blusa. Bastou que desabotoasse um botão, para descobrir a renda preta do sutiã. Acariciava seus seio por cima da renda, tornando esse movimento mais agressivo a medida que ouvia gemidos breves e sussurrados de Nina. Sua pele branca e rosada arrepiava ao sentir os lábios molhados dele beijando seu pescoço.
Não não podia ficar com aquele homem a quem a melhor amiga amava.
Novamente, a moça viajou em seus pensamentos vendo aquela cena a um palmo de distância de seus olhos. Primeiro ela conheceu Ricardo e logo se apaixonou por seu jeito misterioso. Depois teve a revelação da amiga que o ex-namorado, que ela tanto amava e que até então morava em outra cidade – daí o motivo de nina não conhecê-lo- havia se mudado pra lá, e pior, era o novo fotógrafo ajudante de Nina na Agência de publicidade onde ela trabalhava. O mesmo rapaz que ela se apaixonara.
Tentara guardar aquilo dentro dela mas não conseguia. Então contou toda a história a amiga. Menos a parte que ela estava apaixonada.
Agora Nina tinha à frente dos olhos, outra cena: todos os amigos da faculdade apontando, julgando, cochichando a respeito da sua atitude.
_Não! Gritou Nina se levantando da cama.
A moça saiu do quarto deixando Ricardo perplexo sem entender o que acontecia, enquanto ele olhava Nina pegar as chaves do carro, abrir a porta e sair atordoada.
Nina não podia ficar com Ricardo. E ela dirigiu afogada em lágrimas tentando esquecer seu Amor Platônico.

Opinem a respeito! O que fazer nessa situação? Vcs acham que Nina fez certo em não ficar com Ricardo? Ou ela se precipitou, já que ela já mantinha um relacionamento com ale antes dessa narrativa?

16 de abril de 2009

Caramujo Africano: eles vão dominar o mundo

Acordei assustada! Olhei pelas paredes procurando aquele bichinho repugnante! Não tinha nada! Era apenas um sonho! Levantei-me para ir ao banheiro, e quando fui lavar minhas mãos me veio a cabeça:
Moro num prédio com 16 apartamentos. Sabe Deus quando foi construído esse prédio. Sabe Deus mais ainda, quando foi lavada essa caixa d' água. Com esse mundarel de chuva, lá em cima deve estar cheio de caracóis africanos, como o resto da cidade.
Parei. E fiquei vendo a um palmo de distância aquela cena. Um lugar escuro, cheio de infiltrações, a caixa d'água meio aberta, e aquele tanto de caracol africano... hr!

Arrepiei.
Fui me deitar e lembrei de quando eu morava em Ituiutaba (que tem mais caracol africano que aqui em Uberaba), e que quando eu via um, eu atravessava a rua gritava e saia correndo.
_Com coisa que o bichinho vai sair correndo atrás de vc, Jaki! Dizia uma amiga.
Tentei dormir, e aí lembrei de outro fato: havia lido no jornal, que além dessas pragas serem hemafrodita (tem os dois sexos, assim não precisam de outro bicho para se reproduzir), eles ainda botam cerca de 400 ovos por ano! Imagina só??? e aí vem o pior: Não há predador natural pra essa coisa... Nem as cobras gostam...
E pensar que trouxeram essa praga da África para substituir o caracol que faz o escargot (juro que nunca vou comer isso... imagina, vc com um garfinho de dois dentes tentando tirar uma coisa babenta de dentro da concha desse bicho???). Aí não teve aceitação do público, e os idiotas dos criadores abriram os tanques e soltaram a peste babenta... HR!
Sinceramente, não conseguia dormir. Olhava para um lado e para o outro. Me lembrava a toda hora do sonho, meu quarto cheio de Caracolis babentus... HR! e eu caçando eles, e pegando um por um (com uma luva, claro) e colocando dentro de um saquinho... HR! e depois eu gritava bem alto de raiva e eles morriam. Ai eu descobria que eles eram sensíveis ao som. E depois contava para meu pai, e ainda falava que ia ser uma boa, para extinguir de vez esses bichinhos.

Abri os olhos, olhei em volta, e vi, que eu estava no segundo andar, num prédio com um monte de outros prédio ao redor, e talvés não poderia ter caracóis ali. Talvés. Na dúvida, eu me levantei, afastei a cama da parede, e tirei uma parte do edredom que arrastava no chão.

400 ovos... por caracol...
Realmente, a probabilidade deles dominarem o mundo é mesmo muito grande!


6 de abril de 2009

Emoção


Estava feliz. Feliz e ansiosa só pela sensação de que daqui a exatas 55 horas ela estará perto das pessoas que a amam. Arrepiava, e emocionava. Uma corrente de energia passava pelas suas veias, a deixando inquieta, e pensativa. Não conseguia raciocinar, não conseguia pensar em nada, não conseguia esconder sua ânsia e seu sorriso que ia até a nuca, seus olhos cansados brilhavam. Queria gritar, queria dançar, queria sair andando, sorrindo e comemorando. Seus olhos se enchiam de lágrimas, mas ela tentava conté-las.
Finalmente, finalmente agora a voz daquelas pessoas serão audíveis não mais pelo telefone. Poderá tocá-las. Abraçá-las.

Cinco minutos atrás, e o que lhe tomava era o sentimento de medo, medo da resposta daquele homem. Mas ela tinha que fazer, tinha, não podia mais adiar. Se levantou e caminhou, cada passo como um batuque de um tambor na sua cabeça. Abriu a porta, e antes que pusesse o primeiro pé no corredor, ela parou. Se virou, e não saiu daquele lugar. Ficou olhando fixamente para o nada, para seus pensamentos...
Será que eu peço? ou eu saio as escondidas? Não seria melhor eu esperar mais um pouco? como eu falo pra ele? Balançou a cabeça, como se aquele ato fizesse com que todos as suas dúvidas lhe fugissem. Respirou fundo, e caminhou, passo-a-passo aquele interminável corredor até a última porta a direita. Bateu. Uma voz grossa que pra ela naquela hora parecia medonha soou. "Entre!"
Durante os milésimos de segundos que se passaram depois do entre e até o "Eu posso falar com vc?", milhares de dúvidas foram lhe tomando o pensamento.
"Será, que ele está nervoso com alguma coisa? será que ele esta estressado? Como será que foi o dia dele? Estaria passando por algum problema pessoal? Ou aqui mesmo? Aqui eu sei que está, mas e se isso afetar na resposta que ele vai me dar? E se ele falar: O tanto de problema que estamos passando e vc preocupada com isso? E se ele estiver mto estressado, e falar que no momento não poderia, mas eu que sei??? Eu odeio quando as pessoas falam: Você que sabe...; Vc que escolhe; A escolha é sua; Vc sabe das consequências..."
"Sim, pois não!" Mais uma vez a voz ecoava pela imensa sala, que nessa hora parecia mais imensa ainda, e gelada pelo ar condicionado ligado nos 16ºC.
Começou a falar, e sentia a respiração daquele homem, que agora parecia ter ritmos mais frequentes que antes. Começou.
" A muito tempo que não vejo..., bem, é q vc sabe que eu não sou daqui, e a passagem é mto cara.. é difícil, são 4h30 de viagem, e eu queria.., he... é que meu serviço está em dia... bem, acho que está adiantado.."
Mas não conseguia sair do lugar. Se sentiu como se fosse uma adolescente de 15 anos pedindo o pai pra ir numa festa que só vai começar às 2 horas da manhã, e que quer ir sozinha com os amigos, pq a festa é em outra cidade.
Nessa hora, ela notava que ele já sabia do que se tratava. Ele tirou os óculos e se inclinou para frente, como se estivesse compreendendo o caso. Ou seria como se estivesse pronto a dizer "Pois é, mas agora ninguém poderá se ausentar..." Poxa vida, mas era apenas um dia... um diazinho que iria faltar.. tantos outros que ela já faltara, mas todos por motivos de doença (naqueles casos que ela está quase sendo internada, pq geralmente não era uma dorzinha de dente ou de cólica que impedia ela de ir cumprir com suas obrigações).
"E é isso, eu tenho que me ausentar na quinta."Terminou. finalmente conseguiu terminar de falar.
Ele olhou, bem nos olhos dela, respirou fundo. "Olha... se vc depois repor essas horas faltas e conseguir manter td em dia..."
Nos seus lábios surgiu um sorriso! queria sair correndo e abraçar o mundo! Agora o que tomava seus pensamentos não era mais o medo de pedir dispensa da quinta feira santa ao patrão, mas era o relógio, era o tempo que não passava e que não chegava logo.
Voltou eufórica para sua sala, sorria e cantava, colocou o fone de ouvido e ficou cantando.. trabalhando e cantando um inglês que mais parecia um dialeto inventado...

Estava feliz! Finalmente, depois de 5 meses longe da família, finalmente ela iria sentir tudo de novo... tudo.. inclusive, desta vez não iria conseguir ser forte, até imaginava, quando descer do ónibus, suas lágrimas correndo a face.
O jeitinho curvado e meigo da avó, o abraço que quase punha ela no chão dos 20 mil priminhos, os beijos dos tios cavalheiros, o colo das tias corujas, a voz do afilhado chamando por ela como madinha, as novidades contadas pelos irmãos, e os pais.. ha.. os pais... estes bastavam um tok, bastava que ela sentisse a pele quente, tocando ela, abraçando, beijando, acariciando, chorando... de alegria.