11 de agosto de 2008

Ao meu querido pai

Você, pai, que continua me dando a mão para me levantar quando eu caio;
Você, pai, que sempre esteve nas alturas, sendo para mim um grande homem;
Você, pai, que de tão forte e tão sábio, me ensinou que nem sempre somos fortes o suficientes para não chorar;
Você, pai, que aprendi que nem tudo está perdido, tudo dá-se um jeito;
Você, pai, que disse que as recompensas vêm no fim de um bom trabalho;
Você, pai, que me contava histórias sábias, disfarçadas de parábolas;
Você, pai, que cantava canções com sua voz aconchegante e calma em épocas de raios e trovõe;
Você, pai, que sempre estava inventando um jogo para que brincássemos juntos;
Você, pai, que sempre me causou admiração, quando tinha na cabeça todos os fatos, todas as regras, todas as leis;
Você, pai, que distribuía justiça, que ensinava técnicas e macetes para facilitar nosso entendimento;
Você, pai, que nos ensinou a olhar por outro ângulo, a prestar atenção, a questionar, a explorar;
Você, pai, que tenho como "exemplo de homem de família", fazendo com que eu compare meu namorados com meu grande pai e bom marido que é;
Por que você, pai, me ensinou o que é uma família, me ensinou o que é amor, me ensinou o que é respeito.
E de repente, num passe de mágica você se transformou, tão escondido, mas eu vi, eu me lembro... Um homem de estatura comum, que levantava logo de manhã para ir trabalhar.
Um homem que tirava uma soneca depois do almoço de domingo.Um homem que esperava todas as madrugadas eu e meu irmão chegar das festas, só para depois ir dormir tranquilo.
O homem que acompanhou minhas desilusões amorosas, mesmo que fingisse que não estava acontecendo nada. O homem que viu seus pequeninos filhos se transformarem em uma moça e uma rapaz cada um seguindo sua vida, seguindo seus sonhos.
Nós crescemos, e um dia alguém nós disse que heróis não existem.
Mas eu me lembro muito bem, você se tranformou. E eu pude ver o seu econderijo secreto... eu era apenas uma menininha, meus olhos brilharam, minhas mãos tremiam diante da transformação, meu coração bateu mais forte, mas em meus lábios nasceu um sorriso ao constatar minhas desconfianças: eu vi que meu pai era realmente um Super-Heroi, e que uma vez feito seu trabalho em nosso benefício, preferiu retomar seu suave disfarce de Pai.