24 de julho de 2009

Amores Platônicos VI

Ela sorria. Sorria e brincava com alguém rindo-se mais ainda. Seus gestos pareciam soar lentamente aos olhos de Gustavo. E ele ficava ali, admirando a moça do outro lado do vidro sem que ela percebesse. Sem que ela notasse seus olhos vibrando com o sorriso dela. Derrepente alguém chama por Gustavo e ele cai no seu mundo real, partindo-se dali, porém deixando seus pensamentos no mesmo corpo que Luciana, seu amor platônico.
Como poderia percebê-lo, ou levar Gustavo a sério? Os dois eram amigos, que acabaram se aventurando em beijar um ao outro sem compromisso. Luciana gostava do seu jeito, do seu companheirismo, mas nada mais que isso.
Amigos. Esse era o primeiro e unico substantivo que descrevia o relacionamento dos dois. Mas da parte de Gustavo havia mais que isso. Não conseguia dormir sem sonhar com seus lábios, seus beijos. E pensava em Luciana todos os dias, todas as horas, sem que ela soubesse da imensidão dessa paixão.
Luciana sabia que ele gostava dela. Mesmo assim arriscou tocar seus lábios e ferir o sentimento de Gustavo. Mas ao contrário do que ela pensava, não feriu, apenas fez com que aumentasse.
Era o primeiro dia de aula, e os dois se encontraram logo na entrada da faculdade. Ela falava sem sequer parar para respirar, e ele ouvia seus relatos, suas histórias, suas aventuras durante as férias. ia olhando dentros dos olhos de Luciana e concretizando cada cena de sua história na sua mente. Buscava cheiros e cores, ouvia sons, na melodia da voz de Lucana enquanto contava suas férias. Mas ela não percebeu que ele estava cabisbaixo, e seus sorriso era bastante forçado no canto dos lábios.
Respirou fundo abriu a porta da sala de aula e parou de falar.
_Por que você se calou derrepente?  - Perguntou Gustavo meio sem jeito
_Onde está todo mundo? Luciana olhou em volta e percebeu que a sala além de estar com as luzes apagadas estava vazia. O cheiro de volta às aulas impregnava a sala de aula vazia. Olhou através da vidraça como se procurasse respostas de para onde seus colegas de turma e o professor estavam agora. Conferiu o horário e lá estava escrito exatamente a sala e bloco onde seria sua primeira aula do semestre.  Abaixou o papel de sua visão e continuou olhando pela vidraça observando a neblina se desfazendo de frente pra lua lá fora. Ventava um pouco, e por estar nublado  só podia contar com a luz da lua cheia, já que essa estava encoberta pelas nuvens.
_Termina - Insistiu Gustavo, para que Luciana terminasse sua história
_Você não está pretando atenção! Luciana reclamou enquanto se virou para sair da sala e procurar a turma. Gustavo segurou seu braço e puxou Luciana para perto de si. Dava pra sentir e ouvir a respiração da moça. Seu olhar assutado não impediu que Gustavo continuasse
_Presto... Presto mais atenção que você imagina...
E tocou sua pele, com a boca a boca de Luciana.