27 de maio de 2009

Miniconto: Que vontade de tomar Coca-Cola


Não estava quente, nem nem ela estava com calor. Mas não sabia como explicar como essa vontade lhe consumia. Podia sentir o gosto na boca. Fez seu pedido e em menos de um minuto ali estava. Um copo com três cubos de gelo, e duas rodelas de limão e uma lata de 350ml. A latinha vermelha até suava de tão gelada.
Colocou na boca, e sentiu o azedinho do suco de limão ao mesmo tempo em que as bolhinhas de gás estourava na boca, fazendo seus olhos se encherem de água.
_Que vontade de toma Coca-Cola! - Isso foi o que ela disse naquela mesma tarde.

19 de maio de 2009

Psicodélia


E ela beija o beijo sem tocar nos lábios, e delira-se no gosto da saliva molhada, geme gemidos sussurrados e deliciosos. Olha pra ele mas não enxerga a face, não enxerga seu amante vagabundo e envolvente; apenas consegue e distingue entre imagens psicodélicas seu sorriso malicioso, no canto da boca. Ele lhe arranha o rosto estragando todo aquele veludo de pele branca e macia. Morde seu pescoço, e seu colo, agressivo como alguém que a muito tempo não tinha uma fêmea nos braços. Fêmea, era assim que ela se sentia. Levantou, bêbada trançando as longas e belas pernas enquanto procurava seu echarpe de penas cor de abóbora. Enrolou no pescoço e começou uma dança sem ritmo e nem melodia, ensaiando alguns passos, querendo parecer sexy. Mas não conseguia. Não conseguia raciocinar, não conseguia pensar nas palavras que saiam da boca de Henry, aquilo tudo se misturavam ao som da guitarra tocada pelo roqueiro na tv. Eles assistiam a um show de rock do Iron Maiden pelo DVD, enquanto se embragavam. Não sabia mais distinguir o que era certo ou errado, só conseguia pensar em uma coisa: Estava diante do homem que um dia amara mais do que a si mesma. Não conseguia ao menos raciocinar o quanto estava drogada, graças a Henry que sem que ela percebesse houvera colocado algo na sua bebida.
Ana, olhava com seu olhos azuis turquesa o sofá da sala e nele Henry, sentado, e deliciando com a dança esquisita e sensual da moça. E ela começou a rir enquanto caiam lágrimas salgadas de seus olhos, e derramava vodka no peito de Henry.
E tudo foi se tornando mais colorido, uma mistura linda de cores que ela quisera guardar tudo na sua memória pra depois tentar passar pra tela... Tudo se misturando e gritando nos seus ouvidos o som da guitarra, molhado aos beijos agressivos de Henry, o gosto da vodca misturado ao suor de Henry, enquanto ela lambia seu peito másculo e moreno. Ana rodava, as cores rodavam, o som oscilava ora alto, ora mudo, e seus olhos foram se fechando, e sonhando eternamente em overdose com o seu mundo fantástico, onde não havia realidade, onde só havia Henry e Ana.